S'imbora, o Musical A história de Wilson Simonal

27 Novembro 2015 às 21:30
28 Novembro 2015 às 21:30
Centro de Convenções Ulysses Guimarães - Auditório Máster
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Sobre o evento

“Sem se render à imitação fácil, o jovem Ícaro Silva irradia tanto o notório carisma do homenageado, na defesa de canções como ‘Meu Limão, Meu Limoeiro’, ‘Vesti Azul’, ‘Carango’ e ‘Nem Vem que Não Tem’, quanto a angústia da fase final de sua vida, na arrepiante (e menos conhecida) ‘Cordão’ - todas as músicas muito bem arranjadas por Alexandre Elias. Rafael Teixeira (Veja Rio).

“Contendo ótimos diálogos e uma ação que prende a atenção do espectador ao longo de todo o espetáculo, ‘S´imbora, o musical’ recebeu excelente versão cênica de Pedro Brício. Valendo-se de marcas criativas e sempre conseguindo valorizar os múltiplos climas emocionais em jogo, Brício exibe o mérito suplementar de haver extraído atuações impecáveis de todo o elenco. A começar pela do protagonista, Ícaro Silva”.  Lionel Fischer

Dono de uma das mais controversas histórias da música brasileira, Wilson Simonal está tendo a oportunidade de se reencontrar com seu público. Após morrer em uma espécie de exílio artístico, o astro tem sua trajetória contada em ‘S´imbora, o musical – a história de Wilson Simonal’. O espetáculo é um dos grandes sucessos do teatro em 2015, com vitoriosas temporadas no Rio de Janeiro e São Paulo, e agora segue por algumas capitais brasileiras: Belo Horizonte (16 a 18/10 – Palácio das Artes), Salvador (31/10 e 01/11 – Teatro Castro Alves), São Paulo (05 a 14/11 – Teatro Hebraica) e Brasília (27 e 28/11 – Centro de Convenções).

Apesar de sua vida polêmica, Simonal tem uma obra atemporal, como comprova o sucesso do musical, que tem texto de Nelson Motta e Patrícia Andrade e direção de Pedro Brício e patrocínio da BRASILCAP, apresentado pela ATLAS SCHINDLER.

Ícaro Silva vem colecionando elogios da crítica no papel-título. O ator já viveu nos palcos outro ícone da música brasileira, Jair Rodrigues, em ‘Elis, a musical’, também da autoria de Nelson Motta e Patrícia Andrade. Ícaro se destacou ainda em ‘Rock´n´Rio – o musical’ e em espetáculos como ‘R & J de Shakespeare’. Para concorrer ao papel-título, mais de 1000 atores mandaram material, sendo selecionados 100 para as audições, onde foi escolhido o protagonista.

Nelson Motta, Patrícia Andrade e Pedro Brício fizeram uma série de reuniões e trocaram muitas ideias até chegarem ao formato final do musical. “Queríamos descobrir que espetáculo queríamos fazer, o que focar na história do Simonal. Tem muitas atmosferas dramáticas, porque a vida dele foi assim. Fazemos um resgate do riquíssimo repertório dele, mostrando essa figura improvável, pobre, negro, que se tornou o maior astro popular do país, fazendo música de altíssima qualidade. Ele é um personagem único”, exalta Pedro.

O musical, contudo, não se furta a falar sobre a decadência de Simonal, condenado a um “exílio” involuntário, e toca nos temas polêmicos que cercaram a carreira do artista, sem tomar partido. “Ele é um mistério, não é um herói romântico, pelo contrário. É uma figura contraditória, com múltiplas facetas, mas a peça não faz um julgamento. O espetáculo tem essa riqueza, essa multiplicidade: vai da ascensão absoluta do primeiro artista negro pop à sua total decadência”, define o diretor. 

O roteiro final foi sendo formatado no decorrer dos ensaios. Os autores fizeram toda a seleção do repertório, mas Pedro Brício fez sugestões, juntamente com o diretor musical, Alexandre Elias. Algumas cenas de dramaturgia foram surgindo no ensaio, já que a música está diretamente ligada à encenação.

Autor de dois musicais biográficos de grande sucesso, ‘Elis, a musical’ e ‘Tim Maia – Vale Tudo, o musical’, Nelson Motta acredita que o espetáculo sobre Simonal tem uma dramaticidade ainda mais acentuada. “A maior qualidade de um musical é ter grandes canções. É o forte do Tim Maia e da Elis também. Mas o Simonal, além de histórias e músicas sensacionais, tem uma carga dramática incrível, porque ele é um personagem que foi do céu ao inferno, com uma densidade maior do que a do Tim e a da Elis. É uma história que começa alegre e termina dramática, tristíssima”, comenta Nelson.

Ascensão e queda de um astro

A trajetória de Simonal não encontra paralelos na história da música brasileira. O prólogo parecia ser comum: garoto pobre tem que batalhar muito para conseguir mostrar o seu talento. Mas, no momento em que foi descoberto por Carlos Imperial - personagem fundamental na história do futuro astro e narrador da peça -, ele explodiu. O Brasil inteiro cantou ‘Balanço Zona Sul’ (seu primeiro sucesso), ‘Sá Marina’, ‘País Tropical’, ‘Meu limão, meu limoeiro’, ‘Lobo bobo’, ‘Mamãe passou açúcar em mim’, todas presentes no roteiro do espetáculo.

Na década de 60, Simonal era um astro da televisão e do rádio e apontado por muitos como o maior cantor brasileiro, com público e crítica a seus pés. “Ele era um grande entertainer, contava piadas, dançava e dominava a plateia como nenhum artista do seu tempo, fazendo o Maracanãzinho lotado cantar como um coral em que ele era o maestro”, exalta Nelson.

Já no início da década de 70, sua carreira começou a se desestruturar: Simonal encerrou um contrato com a TV Globo, brigou com o Som Três, que o acompanhava desde o início, e desfez o escritório da Simonal Produções. A gota d´água aconteceu quando ele, desconfiado do seu contador, pediu ajuda a amigos policiais (agentes do DOPS), que o sequestraram para que denunciasse quem o estava roubando na sua produtora. O episódio culminou na prisão do cantor, que, posteriormente, em uma cadeia de equívocos, foi acusado de delator a serviço da ditadura militar. Embora nada nunca tenha sido provado, Simonal dizia que até torturadores e terroristas foram anistiados, menos ele, que se transformou em um morto-vivo e foi condenado a um ostracismo artístico até sua morte, em 2000.

Interpretado por Marino Rocha, o polêmico Carlos Imperial é o narrador do espetáculo. “Ele não é muito confiável, não sabe exatamente o que aconteceu, é um pouco como é a história, que é a narrativa. Li muito sobre o Simonal; A montagem tem o respeito de se manter dentro dos fatos, mas tem muita ficção. Você está criando um personagem, é preciso traduzir as emoções, não é um documentário, uma reportagem. Pensamos em como transpor isso para o palco. Não temos mentiras, nada é inventado, mas tomamos liberdades poéticas”, afirma Pedro.

A peça é também um importante panorama da política e sociedade brasileira da época. “Ela não apenas fala da história de um homem, mas sobre nosso país, como era nossa sociedade, não só em termos de preconceitos, mas de conflitos políticos. O que aconteceu com ele tem a ver com o período, talvez não tivesse acontecido em outro contexto histórico”, explica Pedro.

A cenografia é de Hélio Eichbauer, que assinou o cenário de montagens históricas, como ‘O rei da Vela’, de José Celso Martinez Corrêa, além de ter profunda ligação com a música brasileira, já tendo dirigido shows de Gal Costa (‘Mina d´agua do meu canto’) e  assinado a cenografia de inúmeros shows de Caetano Veloso, como ‘O Estrangeiro’ e ‘Cê’, entre outros. “É muito importante termos o Hélio na equipe. O cenário será muito especial, não fica buscando o espetacular pelo espetacular. É uma estética intrinsicamente brasileira, que tem muito a ver com a época, mas não é alegórico. É teatral, musical, mais minimalista. Tem um impacto pela beleza estética. Nada é decorativo, ele tem uma síntese que está em sintonia o pensamento arquitetônico do Hélio”, define Pedro.

Marília Carneiro concebeu mais de 250 figurinos para o espetáculo, em uma média de 17 por personagem, com exceção do próprio Simonal (que terá 12) e de Carlos Imperial, com três figurinos, além de uma dezena de perucas, usadas por todo o elenco.

A direção musical de Alexandre Elias e os arranjos de Max de Castro, filho de Simonal, são fieis à obra do Simonal, mas trazem um olhar criativo, contemporâneo. “O importante é resgatar e sublinhar a obra dele. Independente do que aconteceu, ele deixou um legado para a black music brasileira”, afirma Pedro.

Nos últimos anos, foram lançadas biografias e documentários sobre sua trágica história, reconhecendo seus erros, mas o reabilitando como um dos maiores cantores do país. Os discos também foram relançados; suas músicas, redescobertas pelos DJs; vários projetos criados, como O baile do Simonal, organizado pelos filhos dele, Max de Castro e Simoninha.

Essa retomada da importância histórica do artista ganha nova página com a estreia de ‘S’imbora, o musical’. Simonal passeou por todos os gêneros: cantou rock, calipso, bossa nova e samba, ajudou a criar a pilantragem e ainda inaugurou uma escola de canto no Brasil, reunindo, ao mesmo tempo, o cool da bossa nova, o suingue da música negra e uma notável potência vocal.

A montagem ainda traz na ficha técnica nomes como Renato Vieira (coreografia) e Rico Vilarouca (projeções), em uma realização da Planmusic.

Planmusic

‘S´imbora, o musical – a história de Wilson Simonal’ marca a estreia da Planmusic na área de musicais. Dirigida por Luiz Oscar Niemeyer, a produtora tem entre suas realizações as turnês nacionais de Paul McCartney, o show dos Rolling Stones na Praia de Copacabana (que reuniu mais de 1,5 milhão de pessoas), além de grandes espetáculos internacionais, como Beyoncé, U2, Coldplay, Elton John, entre outros.

Ficha Técnica

Texto de Nelson Motta e Patrícia Andrade
Direção Geral: Pedro Brício
Direção Musical: Alexandre Elias
Cenário: Hélio Eichbauer
Figurino:  Marília Carneiro
Coreografias: Renato Vieira
Produção Geral: Luiz Oscar Niemeyer
Direção de Produção:  Joana Motta
Patrocínio: BRASILCAP
Realização: Planmusic

Elenco

Icaro Silva
Marino Rocha
Marina Palha
Kadu Veiga
Paulo Trajano
Livia Guerra
Ester Freitas
Ariane Souza
Nathalia Serra
Dennis Pinheiro
Jorge Neto
Renata Ricci
Julia Gorman
Bruno Fraga
Elcio Bonazzi

Banda:

Alexandre Elias: guitarra
Kim Pereira: bateria
Decko Telles: baixo
Alexandre Vianna: pianista
Márcio Forte: percussão
Denilson Martins: saxofonista
Douglas Felicio: trombone
Bruno Garcia: trompete

Ingressos

Front Gold

R$ 140 *

Gold

R$ 100 *

Setor A

R$ 80 *

Setor B

R$ 70 *

Lateral

R$ 90 *

Superior

R$ 50 *

Superior Popular

R$ 25 *

* Valores referente a meia entrada e sujeito a alteração sem prévio aviso.

Descontos:

- Clientes Banco do Brasil com Ourocap ou clientes Brasilcap tem 50% de desconto. O desconto é válido para compras on line, de até 4 ingressos por CPF e limitados a 300 ingressos por sessão. A validação do desconto será por meio do CPF do cliente, após o cliente selecionar o ingresso com desconto para Ourocap e Brasilcap no sistema de compras.

Dúvidas: Central de atendimento da Brasilcap - 0800 7290800 ou no Fale Conosco do site (www.brasilcap.com).

- ATLAS SHINDLER (30% desconto para funcionários, venda SOMENTE NA BILHETERIA mediante apresentação do de crachá de identificação , limite para 2 ingressos por crachá - modelo em anexo)

- AVIANCA -  30% de desconto CARTÃO AMIGO e Funcionários, venda somente NA BILHETERIA

- Assinantes Correio Braziliense - 55% de desconto sobre o ingresso inteiro (limitado aos 200 primeiros. Após, 50%)

- Portadores do cartão Brasília Show – 50% sobre o ingresso inteiro (a ser impresso, gratuitamente, no www.ohartes.com.br)

Informações

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